A aplicação da osteopatia

Em janeiro de 2008, comecei a atender dois peões de rodeio, Turu e Rogério Ferreira, que eram competidores da PBR (Professional Bull Riders). No dia 15 de abril de 2008, o diretor do Instituto Docusse de Osteopatia e Terapia Manual (IDOT), Antonio José Docusse Filho, recebeu um convite para trabalhar em um rodeio da PBR em Londrina (PR); nessa etapa, o Dr. Docusse me convidou para trabalhar com ele.

A PBR é uma empresa norte-americana que promove competições internacionais de montaria em touros (rodeio). Com sede em Pueblo, Colorado, Estados Unidos, foi fundada em 1992 e atualmente conta com aproximadamente 1000 cowboys dos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Austrália e México, sendo considerado o circuito de rodeio mais rico e importante do mundo.

 PBR Brasil está presente no país desde 2005, tendo sede na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, próxima às divisas com Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, regiões consideradas as mais influentes para o agronegócio. Desde 2005, foram mais de 170 eventos realizados em todo país, incluindo as regiões do Norte e Nordeste.

Em números, pode-se destacar que: em 2006, eram 154 competidores registrados e em 2013, já contava com mais de 900. Para os competidores, cada disputa é fundamental, pois os pontos conquistados nas etapas são válidos para o ranking mundial da Built Ford Tough Series, cuja final ocorre em Las Vegas.

A osteopatia está presente na PBR no Brasil desde abril de 2008 com o trabalho que estou desenvolvendo, mas, nos Estados Unidos, já havia outros osteopatas atuando na empresa antes dessa data.

A rotina de trabalho na PBR começa no período da manhã. Para facilitar, fico hospedado no mesmo hotel dos competidores e no meu quarto tenho todo o equipamento e maca para trabalhar com as técnicas da osteopatia, ali atendo todos os atletas, um após o outro de 30 a 30 minutos cada. No período da noite, durante o evento, utilizo algumas manipulações sentadas ou em pé, faço aplicações de bandagens funcionais rígidas e elásticas nas articulações do tornozelo, punho, cotovelo e ombro.

O procedimento que mais utilizo é a osteopatia e em algumas ocasiões também recorro a crioterapia. Durante o evento, no fundo dos bretes, utilizo as bandagens funcionais, por exemplo: quando um competidor tem uma fratura na cabeça do rádio ou luxação e sente muita dor ao fazer extensão de cotovelo, faço uma bandagem rígida que bloqueia o cotovelo em semiflexão, possibilitando que o competidor monte no animal sem nenhuma dor.

O rodeio é uma competição de alto risco, já presenciei situações impressionantes e graves, já pude ver salva-vidas levando uma chifrada na boca e perdendo todos os dentes da frente, competidores que tiveram múltiplas fraturas de face em cabeçada com o animal, fraturas expostas de fêmur na queda, distensões de adutores e muito mais.

Trabalhar em eventos como esse é apaixonante, pois traz muito orgulho cuidar desses atletas num esporte de alto risco como é a montaria. Trata-se de um desafio diário, mas a osteopatia não tem limites, os limites estão no osteopata, é impressionante os resultados que consigo por meio dela com os atletas.

 

* Gustavo Martins foi graduado em Fisioterapia no ano de 2003 pela FAI e em osteopatia pelo IDOT no ano de 2004.

 

A cada edição, você conhecerá a história de um profissional ligado à osteopatia e como ela possibilita o sucesso no tratamento dos mais diversos casos.

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