Caso Clínico – Tratamento osteopático de criança com cistite recorrente

Paciente: M. B. F; Sexo Feminino; Idade: 6 anos

Profissão: Estudante

Queixa Principal: Ardência na bexiga e canal da uretra ao urinar e desconforto em região hipogástrica.

HMA: paciente relata ardência no canal da uretra e leve desconforto na região hipogástrica ao urinar. A mãe da criança relatou que a filha apresentou os sintomas por quatro vezes em um período de seis meses. Relatou ainda que na primeira crise, a criança foi diagnosticada e tratada por médico como cistite e que, mesmo com resultado negativo de exame de cultura, foi ministrado antibiótico. Os sintomas permaneceram por dez dias. Atualmente, a criança apresenta sintomatologia leve e inconstante durante micções há aproximadamente sete dias, além de aumento da frequência de micção.

Fatores que pioram as dores: enchimento da bexiga e ato de urinar.

Queixa Secundária: otite de repetição.

Avaliação Estática:

▪ Plano Frontal: simetria de cinturas escapular e pélvica. Prognatismo mandibular (classe III).

▪ Plano Sagital: acentuação da lordose lombar.

Teste de Mobilidade Global (TMG)

Observação: não apresentou dor hipogástrica ou qualquer outra dor durante os movimentos da coluna.

Diagnóstico Osteopático:

Palpação auscultatória local: bexiga e sacro, com foco primário na bexiga.

Teste dos rotadores: disfunção visceral e craniana.

Palpação sacral em DV: rigidez sacral no retorno da compressão (conteúdo).

Tratamento

1ª sessão: EVA 5 (questionamento em relação à ardência no canal da uretra). Seguindo as informações obtidas na palpação auscultatória local, foi tratada com técnica de mobilidade da bexiga, técnica de lift e suas conexões estruturais (fasciais, neurais), também foi realizada técnica de motilidade visceral.

Foi realizada técnica de equilibração sacral em relação à vertebra de L5 e aos ilíacos.

Técnica para diafragma respiratório.

Balanço do tubo dural e CV4.

2ª sessão: EVA 0. No retorno, em cinco dias, a mãe de cliente relatou que a filha ainda se queixou de sintomas no dia seguinte à sessão e que a partir do segundo dia pós-sessão não se referiu mais ao problema.

A palpação auscultatória local apontou ainda disfunção vesical e foco de tensão em fáscia endotorácica ao nível de 4ª e 5ª articulações esternocondrais.

Foi realizada técnica de mobilidade da bexiga.

Técnica para diafragma pélvico.

Técnica de equilibração sacral seguido de tração.

Liberação de fáscia endotorácica.

CV4.

3ª sessão: EVA 0. No retorno 20 dias após 2ª sessão, a mãe da cliente relatou melhora completa dos sintomas relacionados à bexiga.

A palpação auscultatória apontou tensão na entrada torácica e foco “primário de tensão em etmoide”.

Foi realizada liberação fascial da entrada torácica e hioide.

Correção de occipital em rotação posterior e rotação interna de temporais.

Lift de esfenoide e frontal.

Correção de etmoide em extensão.

CV4.

Cadeia disfuncional da cliente

Após as três sessões de Osteopatia, em um período de 25 dias, a criança relatou melhora dos sintomas em 100{8ec6837f4d4c723f3ffbc53e0f9280463c3f97d684af52f5a27bd55996592354}, partindo de EVA 4 para EVA 0. Após 45 dias, a cliente retornou para monitoramento dos sintomas, sem ter apresentado novas crises associadas à bexiga ou mesmo recidivas das otitis que tinha com frequência.

Em cada sessão foi realizada nova avaliação e traçada conduta de tratamento de acordo com dados obtidos em palpação auscultatória e testes clínicos.

Observação: imagens do tratamento não foram disponibilizadas, por falta de autorização de responsáveis pela cliente.

Escrito por: Professor Adalberto Kfouri Filho; CI

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